Me encontrando no caminho
Quando planejei fazer uma viagem para os confins da história do Cristianismo, comecei a me organizar escrevendo pontos importantes para não esquecer, isso acabou ficando em draft pois a idéia de escrever extrapolou e fui criando uns textos para ajudar aos amigos a andar por outros lugares, inclusive na cidade em que moro (e que nem mesmo os moradores conhecem).
quarta-feira, 4 de outubro de 2023
Por que visitar igrejas numa viagem
segunda-feira, 17 de outubro de 2022
Final de semana bate e volta no Rio de Janeiro
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
Paraty e sua história simplificada
domingo, 18 de julho de 2021
Zona Sul do Rio um lugar onde os encontros acontecem naturalmente
Ao lado da megalópole existe um tanto de cidade pequena. Dentro da cidade cosmopolita existe um povo com identidade própria.
A leveza de viver do carioca, o clima zona sul que se encontra na praia , com o tijucano que vai encontrar a menina do Méier num chopp da Lapa, que por sua vez namora um músico de Santa Teresa mas que faz shows e pega onda na Barra com um percussionista da Portela.
Aqui nada se marca, não se tem hora para descobrir a cidade. Existem programas no Rio para o carioca, mas tudo aqui é caos, é desordenado, é lindo e surpreendente. E muitas vezes, lindo, exatamente por ser surpreendente. Alguns amigos pediram uns roteiros mais arrumadinhos de um dia e vai aí o que eu pensei, sempre pensando nos domingos mais leves e sem transito:
1- O Jardim Botânico e a Lagoa - Para conhecer o Rio é preciso acordar cedo, um café da manhã no Parque Lage ou no Jardim Botânico e um passeio agradável pelas aleias enche uma manhã de energia, dali pra comer no baixo Gávea (Braseiro) e ir respirar um descanso da tarde no Jockey curtindo a brisa e subir no Parque Dois Irmãos pra ver a vista. Depois, na Lagoa curtir o Corte do Cantagalo para ver o sol se pôr atrás das montanhas da Tijuca.
2- Copacabana é um lugar frenético mas é lindo, muito mais que uma princesinha do mar ali longe do calçadão tem um mundo de coisas para se conhecer e fazer, pelo simples flanar ou indo nos pontos de interesse - os domingos com um café da manhã no Forte de Copacabana podem ser o início de uma pedalada pelo calçadão até o Forte do Leme cobertos os dois fortes, uma boa pedida é um almoço no Pavão Azul, se for num dia de semana vale a pena passear pela Galeria Menescal e comer um kibe no Ballbeck, senão uma passada no Beco das Garrafas é uma pedida cultural interessante. A preguiça pós almoço pode ser uma sombra de uma árvore no Parque da Chacrinha para no fim da tarde ir curtir o pôr do sol no Arpoador. (antes de ir é bom estudar um pouco do envolvimento do bairro com a Bossa nova e o sistema de defesa da cidade onde os fortes tem papel fundamental, a revolta do forte é um tema a ser levado em consideração na visita, juntamente com os acontecimentos na rua Toneleros em agosto de 1954).
3- Ipanema é um bairro cultural, lindo e inspirador mas se você passar na tal rua Nascimento Silva 107 não verá nada além de um prédio, o legal lá é a praia, o calçadão mas caminhar pelas ruas internas ao bairro é um sabor gostoso de cidade pequena, bucólica e charmosa. A feira de artesanato na Praça General Osório tem muita coisa legal pra se ver e o almoço pode considerar o Felice na rua Gomes Carneiro ou o Espaço 7zero6 no terraço do Hotel Praia Ipanema, ou mesmo o Rancho Portugues na Maria Quitéria. De tarde uma mostra na Casa de Cultura Laura Alvin até que o sol se ponha no Arpoador. (antes de ir é bom estudar um pouco do envolvimento do bairro com a Bossa nova).
3- A Urca - um recanto tão belo, tão calmo.. acordar tarde e flanar pelas ruas da Urca por si só já é um programão para um domingo mas esticar a caminhada até a Praia Vermelha e fazer o Caminho Cláudio Coutinho na ponta esquerda da praia é um ponto de celebração ao mar e à natureza. O almoço no Terra Brasilis na outra extremidade da praia é o ideal para descansar as pernas antes de curtir a praça General Tiburcio e entrar no Museu das Ilusões ao lado do bondinho do Pão de açúcar.. vai gerar boas gargalhadas e então ... porque não turistar por completo no Rio e subir o bondinho (pra mim uma vista mais próxima da cidade do que a do Corcovado) eu gosto sempre de fazer o passeio mais pro final da tarde para ver o por do sol por lá então enquanto aguarda o momento pode tomar um sorvete na estação do bondinho, subir o Morro da Urca e curtir tudo por lá .. aí sim subir o Pão de Açúcar e ver de uma perspectiva mais alta a beleza do por do sol, só então descer contemplando a cidade iluminando-se para a noite. Se for noite de lua cheia vale a pena a esticadinha de retorno à Praia vermelha para ver o mar ao luar ao ado da estátua do Chopin. Por fim a mureta da Urca lá no final para tomar um chopp e comer um pastel no Bar Urca. (antes de ir é bom estudar um pouco sobre o nome das ruas e a ligação do bairro com a Guerra do Paraguai).
4- Botafogo que não é de passagem e um passeio matinal na Casa de Rui Barbosa já pode emendar com a Casa Firjan e suas inúmeras mostras interessantes, dali um almoço no Gato Cafe pode dar folego para ir no Museu Villa Lobos e no Museu do Indio no mesmo quarteirão, senão dá pra curtir um cinema no Rio Sul ou a Praça General Leandro. O final da tarde merece um encontro com a natureza no Mirante do Pasmado para ver o por do sol. O chopp final na Cobal do Humaitá fecha bem o dia... (antes de ir é bom estudar um pouco sobre o nome das ruas e a ligação do bairro com a Guerra do Paraguai).
5- O parque Lage é um recanto que como poucos nos faz descobrir a essência dessa cidade, uma caminhada por ele pela manhã com um almoço num quiosque da Lagoa para usar a parte da tarde para conhecer o parque da Catacumba pode ser um passeio rápido e interessante. (estudar os conflitos de ocupação da terra na cidade na década de 60).
6- O parque da Cidade é lindo, charmoso, bucólico e tem o museu da cidade que é interessantíssimo e a trilha para o Mirante das Margaridas, porém antes de chegar nele vale a pena se inspirar na Casa do Instituto Moreira Salles. Dali partir para um almoço no Clube da Sociedade Germânia (é bom fazer a reserva antes) e por fim curtir o planetário da Gávea.
7- O Horto - não consigo desassociar o Horto com o Jardim Botânico mas o fato é que o Jardim é tão vasto e cheio de histórias que não dá pra curtir um passeio por ele molhado de um banho de cachoeira então o Horto merece um dia só dele... sem parada para almoços e levando um lanche de casa. Bem cedinho na praça Dag Hammarskjod e dali para a Cachoeira dos Macacos (infelizmente um lugar propenso a assaltos na mata!) em seguida subir a Rua Pacheco Leão até o Clube dos Macacos, ali perto existe uma trilha para o Solar da Imperatriz , quando a rua virar Estrada Dona Castorina é bom ficar atento para a Cachoeira e a Represa do Horto, existe outra trilha para a cachoeira do Jequitibá no meio do caminho para a Vista Chinesa, vale a parada antes de ir para a Mesa do Imperador. Para coroar um dia tão intenso vale a subida até a rampa de Asa Delta e dali seguir a trilha da Pedra Bonita. Há quem diga que é possível comer num restaurante no Sítio Cochrane porém não existem referencias concretas disso e é bom não contar com isso.
E por fim ... mude todos esse planos pré programados, se chover corra pra uma livraria pra tomar um café (A Travessa de Ipanema é ótima, nos dias de semana tem uma boa na Travessa do Ouvidor (Panna).
Enfim o Rio vai se encontrar com você independente dos programas planejados, de uma forma natural e encantadora.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Barcelona
A cidade é enorme e muitos são tentado a pegar aqueles ônibus turísticos, eu particularmente detesto, gosto de pé no chão, mapa na mão e ir me sentindo um cidadão local nos metros cheios. Dessa forma recomendo fortemente bicicleta pelo centro histórico (catedral de Barcelona, bairro gótico, Raval, El Borne). Deixe para a noite para ir na Plaza Cataluña, no marcado La Boqueria e Las Ramblas caminhando até o mirador Colombo (ah está numa cidade grande cheia de batedores de carteira !).
Tire um domingo a noite para um passeio imperdível no Palácio do Montjuic, o morro tem uma das fortalezas da cidade e a noite de domingo ocorre um festival de águas dançantes gratuito que é belíssimo e imperdível ... não estará num domingo a noite em Barcelona ?? Pois é ... mude sua programação de viagem e vá !
No dia seguinte caminhe um pouco pelo Montjuic, visitando sua fortaleza, o parque olímpico, o Parque da Cidadela (interessantíssimo com réplicas dos maiores monumentos da Espanha), o museu Miró, em seguida pegue um bonde que o levará ao porto e a Barceloneta, aí é hora usar a bicicleta pois o passeio é delicioso.
O Camp Nou é fantástico e merece a visita, assim como Santiago Bernabeu em Madrid (sem clubismo). Sempre gosto de ir nos museus de ciências ao estilo Citte De Las Sciences em Paris ou o Cosmocaixa em Barcelona, porém não fui, mas parece ser interessante. Optei por fazer um off Barcelona e acho que escolhi certo .... Montserrat !! Certa vez Napoleão Bonaparte, numa de suas artimanhas decidiu atravessar os Pirineus com suas tropas, como era noite e todos sofriam com o frio intenso nas montanhas ele decidiu "pedir" abrigo num mosteiro beneditino que ali havia, no dia seguinte mandou matar todos os frades e queimou o mosteiro, parece que a estadia não foi tão boa (nem pra ele e nem para os frades). Além dessa história medonha o Mosteiro de Montserrat parece cenário de filme (na verdade é ... pois foi lá que filmaram o sensacional "O Nome da Rosa").
O bate e volta é completamente viável pois o mosteiro fica na cidade de Monistrol de Montserrat a 60Km de Barcelona, na estação Catalunha pegue um trem até Monistrol, bilhete tem que ser combinado com o teleférico que o levará ao mosteiro (existe a opção de subir de cremallera, o ideal é subir em um e descer pelo outro, ambos sensacionais!). Quando se chega lá em cima a tendência é entrar no museu para ver Monet, Caravaggio, Picasso e a bela imagem do século XII de Nossa Senhora do Montserrat, a padroeira da Catalunha, acontece que o maciço de pedra que abriga o mosteiro é uma belíssima escultura da natureza. Então opte por fazer algumas trilhas rápidas (inclusive parte do Caminho Catalão para Santiago de Compostela), só em seguida entre no museu (sempre de olho no horário do retorno!!).
Zaragosa
Por fim ... vá entender porque eu que não sou católico entrei na Igreja de São Miguel Arcanjo e comecei a chorar lá dentro ?!? A capela é pequena mas linda ... tudo bem, meu filho se chama Miguel Arcanjo mas acho que vale a pena conferir, não vai levar mais que 5 minutos, a não ser que você resolva chorar também!
Ah ... durante a viagem procure ler sobre Agustina de Aragão afinal Zaragoza ainda estará impregnando sua alma e até agora eu nem falei no cerco de Zaragoza imposto por Napoleão ... pois é a cidade tem história!
sábado, 2 de fevereiro de 2019
Toledo
Tem origem pré romana com um povo celta e mais de 2 milênios de história, foi protetorado romano, foi capital do Reino Visigodo a partir de 507 até a invasão muçulmana a partir do século VIII e posteriormente a reconquista cristã, se tornou sede do Reino de Castela.
Sua catedral tem origem Visigoda no século VI, é imponente e detém o título de Catedral Primada da Espanha mostrando sua influência na religiosidade da Idade Média. Dali os Reis católicos Fernando de Aragon e Isabel de Castilla uniram os reinos sendo a base para a formação da Espanha atual.
O nome Toledo vem de tolerância pois nessa cidade, durante séculos, os cristão, muçulmanos e judeus conviveram em paz, isso deixou traços na sua cultura local e na sua arquitetura.
El Greco, um dos principais pintores renascentistas passou boa parte da sua vida na cidade e é possível ver obras dele em muitos lugares, o Casco medieval é um centro histórico rodeado pelo rio Tejo, ladeiras, becos e vielas parecem nos convidar a nos perder na cidade e ficar mais que um dia (o que não é má ideia !) afinal são séculos de história para ver em pouco tempo !!
Da Plaza Zocodover é possível caminhar até o Alcazar e dali para a Catedral Primada, o Monastério San Juan de los Reyes, a Mesquita del Cristo de la Luz.