quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O melhor churros do Brasil

Muitos da minha geração devem lembrar do antológico Churros del Uruguay um ônibus bonito e pomposo que ficava perto da Praça do Ó na Barra, naqueles tempos era uma das poucas coisas que se tinha naquele canto da cidade que ainda era composto de muito mato e a lindíssima praia. Não lembro bem do sabor da iguaria, mas para fazer meu pai sair da Tijuca pelo alto da Boas Vista num Fusca, provavelmente o negócio era bom. 
Anos e anos se passaram e o ônibus foi ficando meio depredado, em meados dos anos 90 ainda era possível comer o churros, autêntico, caro e com sotaque. O Barra Shopping começou a animar a região, as noites ficaram mais perigosas para programas ao ar livre e então .... o ônibus sumiu ! Milhares de carrocinhas de churros se espalharam pelos cantos do Rio de Janeiro.

Bom ou não, o que eu sei é que fui na fonte para tentar conhecer o lado uruguaio da coisa e numa viagem a Colônia do Sacramento no Uruguay e fiz questão de comer o Churros da Madalena na Playa de Los Verdes. Madalena é uma moça nova, bem vistosa e que faz ponto em frente a um camping. Ela vende 12 churros bem finos e crocantes e com um doce de leite maravilhoso, não lembro de ter canela em pó e nem se o doce compunha o recheio ou se vinha por fora da massa. Só lembro do sabor inigualável. Expliquei a ela que o churros uruguaio era famoso no Brasil e elegi naquele momento o churros dela como o melhor do mundo! Palavra de quem entende do assunto!

Devido a distância absurda entre nossa cidade tropical e o sub temperado Uruguai fiz uma pesquisa aqui por alguns longos anos para descobrir um churros de qualidade (que não venha pingando em gordura, com recheio nem de mais, nem de menos), eis que conheci o Churros do Ferreira em Botafogo (fica na saída Voluntários da Pátria do metro). Boa massa, sempre quente e crocante, recheios que provei e aprovei foram de goiaba e doce de leite. o Atendimento tem requinte e bom papo e ainda rola um granulado de chocolate ou coco por fora! Sim descobri e apesar de não chegar aos pés da Madalena é o churros honesto (de R$2,00) mais badalado do Brasil ! E tenho o dito!!!

domingo, 10 de novembro de 2013

As cachoeiras da Pedra Branca

Muita gente torce o nariz para a zona oeste do Rio, muitos da zona oeste se dizem morar na zona sul, grande balela sócio-geográfica existem lugares lindos e históricos em todos os cantos dessa nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Existe pelas bandas da zona oeste um parque pouco conhecido pelos habitantes locais e que vem a ser a maior reserva florestal em área urbana no mundo. Mata atlântica na veia, ar puro nos pulmões e belezas raras para os olhos.
Resolvi explorar a região (que é imensa e esparsa) e logo na primeira incursão me deparei com lindas cachoeiras e trilhas sensacionais para quem esta de carro por perto de Vargem Grande ... ok ok Chegar em Vargem é longe, pega um transito monstro.... mas tudo isso se compensa.
Achei tudo meio que pelo tato e acredito que exista uma entrada oficial do Parque da Pedra Branca via Jacarepaguá (Taquara), eu fui por Vargem Grande seguindo a Av. dos Bandeirantes direto, depois do Rio Water Planet entrei numa estrada a direita (Estrada do Pacuí) e fui seguindo, aos poucos fui percebendo que estava entrando na mata, perguntei pra uns moradores pela entrada do parque e eles me indicaram que não havia entrada, mas tinham 3 cachoeiras. Fui em 2, veja no Googlemaps a partir do Riocentro:

https://maps.google.com/maps?saddr=Riocentro,+Avenida+Salvador+Allende,+6555+-+Barra+da+Tijuca,+Rio+de+Janeiro+-+RJ,+22780-160,+Brasil&daddr=Estrada+Mucu%C3%ADba,+Rio+de+Janeiro,+Rep%C3%BAblica+Federativa+do+Brasil&hl=pt-BR&ie=UTF8&ll=-22.963787,-43.482707&spn=0.012447,0.026157&sll=-22.971364,-43.491408&sspn=0.006223,0.013078&geocode=FXxdof4djpBp_SlXuunoitybADGEgfBiVmsOMg%3BFSKdof4d0WZo_Sm9f7Jae-ebADE3sgfSAArfBg&oq=estrada+mucu+de+Janeiro,+Rep%C3%BAblica+Federativa+do+Brasil&t=h&mra=ls&z=16

Perguntar é fundamental, eu consegui parar o carro bem perto da cachoeira e a caminhada foi leve, porém da próxima vez vou aproveitar a caminhada, existe uma primeira cachoeira com um poço gostoso de mergulhar, seguindo a trilha do lado esquerdo do rio a gente anda uns 10 minutos, atravessa do rio, passa por uma casa abandonada e chega na segunda cachoeira. A terceira cachoeira, disseram que já seria mais complicado, eu tava sozinho no dia e achei melhor não me aventurar muito na mata.... ficou para uma próxima incursão!!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Santa Teresa

Por quantas vezes não chorei por tuas vielas
Exclusividade que não é só sua mas de uma cidade inteira
Lágrimas em cada esquina
Tristeza ligeira
Até que tu me abrigou
Em seu seio macio
Entre as portas que não se fecham
Entre a arte e a graciosidade
De cidade do interior
Por vezes me fez sorrir
Por outras me fez chorar
Mesmo quando a alegria
Pedia para entrar
Tinha que subir ladeiras
Ver o mundo de longe
Fugir para me abrigar

sábado, 17 de agosto de 2013

Viver na bela caminhada

Quero tirar o peso das minhas costas
Quero levar pouca coisa na na empreitada
Trazer muita coisa da caminhada
Quero viajar sem pressa
Seguir leve pela vida
Fazer cumprir toda a promessa
Quero dar mais vida a minha ida
Ter mais encanto à minha volta
E dar valor ao que interessa

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Um Rio pré JMJ

Sim, a cidade já respira os bons ares da Jornada Mundial da Juventude, desde o início do mês já tem muito turista perdido por aí, mas são turistas diferentes, são animados, simples e sempre sorridentes. Não se assustam quando se perdem e perguntam pra qualquer um na rua. Em geral turistas trazem dinheiro, deixam sorrisos e levam boas lembranças, nesse caso é diferente, parece que trazem fé, alegria e paz ... que sejam bem vindos e que consigam levar tudo que trazem, mas em dobro para distribuir por esse mundo afora.
Que possamos ser exemplo para o mundo por ser um país de paz e confreternização que possa existir a liberdade de religião, e a fraternidade entre elas. Que a simplicidade do Papa que chega possa comover em oração todos aqueles que levantam a sua pedra, que saqueiam o bolso do povo trabalhador e que governam a todos. Isso só vira utopia quando se deixa de ter fé. Mas o Rio hoje respira fé, que ela venha então trazendo sabores de congregação.

Para o evento em específico casas servindo de abrigo, famílias abrindo o seu lar, simplicidade como quer o Santo Padre mas tudo coberto de muita alegria e gratidão, é evento onde os pontos turísticos serão os templos de fé e a seguir posso sugerir alguns:

Cristo Redentor - antes de ser o principal ponto turístico da cidade o Cristo é uma igreja a céu aberto, a mais linda do mundo.

Igreja de São Judas Tadeu - no Cosme Velho, pertinho do bonde para o Cristo, simples porém profunda.

Pelo Centro da Cidade vale uma peregrinação em praticamente todas as igrejas com um pouco de atenção maior a essas:

Igreja de São José
Nossa Senhora da Candelária 
Mosteiro de São Bento 
Mosteiro de Santo Antônio 
Lampadácia.
Ordem Terceira de Nossa Senhora do carmos
Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
Santa Cruz dos Militares
Nossa Senhora Mãe dos Homens
Nossa Senhora da Lapa dos Pescadores
São Francisdo de Paula
 





   

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pajelança

Encontro Flávio Máximo pelos corredores do trabalho, e depois de tanto tempo, ao longe são pronunciadas palavras de carinho que só os amigos compreendem (fala FDP!), por fim escuto um "partiu pajelança!", soou diferente de um "partiu BS" do Vanderlei, ou uma convocação para o Russão de Anderson Rigas, nada contra um banho de sangue ou um almoço a caminhada, mas aquelas palavras nos remetiam a um passado, um passado que voltava agora em minha cabeça, um filme que tinha um véu obscurecendo-o parece límpido. A princípio abri um sorriso, mas aos poucos fui me dando conta dos vários compromissos das vida que fazem tomar outros rumos nos almoços, é não dava, tinha outros planos para o dia de hoje. 
O Pajé é um restaurante de comida honesta e popular que eu tanto gosto no centro do Rio, as memórias desse lugar, por vezes me levam as lágrimas, por lembrar de um passado tão glorioso de tempos e pessoas que passaram por nossa vida e que esquentaram a barriga no balcão do Pajé. A hora do almoço chega eu eu preso a um conference call (como no passado, como sempre !). Tudo termina e uma coincidência me leva a consertar meu relógio lá pelos lados da Presidente Vargas, altura do Banco Central. Ali revejo o meu passado, o lugar onde assinei o contrato de compra do primeiro imóvel, o primeiro emprego, anos virando noites nos suportes. Lembro de Eugênio Ronaldo Alves seu sorriso, andando apressado em direção ao Pajé e colocando a camisa (e a barriga!) pra dentro da calça, pequenas lágrimas começam a rolar mas logo viram um sorriso, depois de 10 anos, o Pajé continua sendo um restaurante onde você é recebido com abraços, sorrisos, um lugar onde o seu prato preferido é de conhecimento do garçom e lhe é oferecido sem que esteja no cardápio, é onde sou tratado como um rei, ou simplesmente como um amigo. 
Chego, passo direto pelo "bunda de fora" do térreo, o dia é de rasgar planos, reencontrar o passado, é um dia especial, como tantos outros naquele salão do segundo andar, o cheiro de mofo sumiu, a foto do Pajé também, no lugar pinturas e cartazes de filme antigos. As pessoas na mesa ao lado fazem HUMMM ao comer, por diversas vezes escuto "delicioso" no salão. Sim, o tempo não levou tudo... ainda não! O garçom larga tudo para me servir, sorriso estampado no rosto, perguntou sobre a vida e a namorada (levei algumas lá !), reclamei pelo Filet a Forrestier e ele retrucou que fazia pra mim. Ataquei de picanha suína com farofa brasileira, essa não chega nem aos pés da farofa do mítico Choperia do Papai (outra história, outro texto..), contudo nada a reclamar, nem a falta do creme para acompanhar a banana flambada (sempre foi o grand finale para as namoradas) e o café. A tempos a leiteria que fornecia tal creme fechou suas portas. Preço para um almoço pra um que serve dois ... R$ 40,00
Não sei se foi efeito da bebida que flambou as bananas, mas depois de um almoço nesse estilo e cheio de sabores especiais, até vi poesia no bailar dos papéis que caiam das janelas da Avenida Presidente Vargas, era como se Eugênio Ronaldo Alves saísse das nuvens onde mora, para brincar com o mundo e com o passado.

Restaurante Pajé - Rua Teófilo Otoni, 190 
 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Novo conceito de aeroportos

Chego apressado para uma viagem rápida à Campinas. Antes disso passo numa sala VIP velha conhecida minha para uma massagem e um bom dia da tia que serve o café e cuida muito bem de mim, numa conversa passada ela se ofereceu para fazer uma faxina na minha casa e tenho que contar as últimas novidades de falar que não preciso, bato um papo, tomo um café e quando estou me preparando para a meia hora de atraso no portão de embarque bum! Caí a luz do aeroporto, e aqui cabe um longo parênteses (o aeroporto Santos Dumont foi um dos primeiros do país, já foi especializado em hidro aviões, simplesmente uma jóia rara no Rio de Janeiro, bem localizado, é parte do cartão postal da cidade, mas é velho, desorganizado e já pegou fogo duas vezes, costumo dizer que é o Maracanã dos aeroportos e que deveria cumprir um papel mais simplório na vasta malha aérea que o país demanda). 

Por incrível que pareça, o atraso é o menor dos últimos tempos e mesmo sem luz tudo funciona (tirando a esteira de bagagens que causa um pequeno atraso na decolagem), lembro temeroso do dia que minha bagagem extraviou e que hoje a menina da cia aérea não não tinha trava para a minha. Enfim, é nesse clima que estamos organizando eventos importantes já começando no mês que vem com o encontro da juventude com o Papa e a Copa das Confederações
 
Chego em Campinas e o clima em Viracopos é outro, longe da pessoalidade do doméstico Santos Dumont, aqui se prepara o aeroporto para ser um dos maiores do país com uma expansão de terminais de cargas e pessoas, tudo construído para seguir padrões internacionais de segurança e conforto, mas o que vemos são diversos problemas de segurança nas obras e se o banheiro é todo cheio de sensores de presença onde não de precisa tocar em nada, o número de mictórios é irrisório para um lugar de grande público e as filas pro xixi da chegada é imenso, não tem como não pensar como seria o banheiro das meninas (mais demoradas e singelas). Não tem como não pensar na Copa que terá Campinas como uma sub-sede importante. 
O fato é que tanto num conceito mais antigo, quanto num novo, o Brasil ainda não está nem perto do que um aeroporto deve ser, grande aeroportos da Europa e dos Estados Unidos tem que aliar fácil acesso, com segurança, rapidez, fluidez de espaços e um verdadeiro centro de entreterimento e compras. Hoje 30% da renda do Charles de Gaule vem das vendas do seu shopping que pretende ser uma sucursal da Champs Elysée com grandes marcas, a entrada de luz natural gera economia de energia e um bem estar no caminhar. Todo o projeto arquitetônico visa dar prazer aos transeuntes e funcionar fosse o último monumento a ser visitado em Paris, a última compra, o último suspiro na cidade luz. Tudo cercado por um aparato se segurança moderno, discreto e eficiente. chegam ao ponto de colocar painéis com a duração do percurso entre uma determinada loja e o respectivo portão de embarque só para os transeuntes saberem quanto tempo ainda tem para fazer uma última comprinha.
 Tudo bem que o Santos Dumont fica no centro do Rio e existe um plano de ter metro e trem bala em Viracopos mas hoje nenhum grande aeroporto do país tem um sistema de escoamento de passageiros eficientes ao passo que qualquer outro grande aeroporto ao redor do mundo prima por isso. O Brasil é o país da vez, tem que melhorar tarifas, otimizar a malha e atender a demanda de crescimento do setor mas tem que fazer isso pensando no legado que deixará para os próximos 20 ou 30 anos quando não seremos mais o país da hora. Aeroportos eficientes, sustentáveis e modernos  deverão ser parte desse cenário e não podem ser feitos com a "modernização tupiniquim" feita às pressas para fugir de um processo licitatório dentro da lei !

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Viajar para marcar território fotografar para esquecer do tempo.

Uma das coisas mais marcantes dos tempos modernos é que o poder aquisitivo das classes médias e altas tem aumentado de forma consistente, a reboque disso tudo aumenta-se o poder aquisitivo e a terrível ambição por status, viajar é bom e provavelmente se você veio a este site é porque gosta de fazer isso, sim tem gente que gosta, mas há que se respeitar aqueles que não gostam de deixar o seu lar. (meu pai costumava dizer que Parati era um lugar horrível, cheia de prédios velhos, é a opinião dele!). Aqueles que autenticamente são caseiros e não se envolvem na moda de dizer que se vive para viajar podem viajar num livro, ou não gostar de aventura ou sei lá, se sentem felizes e realizados em casa. Existem viagens legais, pessoas que sabem o que conhecer, existem as outras que marcam ponto num lugar, só pra dizer que já foi, só pelo status de se dizer viajante. Existem os viajantes de aeroporto ou o de hotéis 5 estrelas, existe espaço para todos.

Mas para mim, viajar é viver toda a experiência, curtir cada momento pensando que não esta em sua casa. Desde o momento em que se decide pela viagem, até a última foto arrumada no 
álbum. Opa, não tem mais álbum de foto? Ah mas com certeza você arruma as fotos que tirou, revê momentos marcantes dos lugares onde esteve ... não ? Hum estranho, porque tirou tantas fotos então ? Não vê as fotos do casamento nem a filmagem do nascimento dos filhos e dos exames de pré-natal?

Isso porque ocorre um outro fenômeno com o advento da fotografia digital, que é o imediatismo da foto,vivenciar, por meio da foto, a experiência do presente, ainda no presente. A nova curtição da foto é ser postada numa rede social para o imediato comentário dos amigos. 

Porque tanta gente se acotovela para tirar uma foto da conhecidíssima Mona Lisa no Louvre. Toda a foto tirada naquele tumulto fica mal tirada e é uma foto completamente desnecessária pois você a encontra em qualquer lugar, mas aquela foto marca um território para você poder dizer ... eu estive em Paris, eu vi um quadro pequenininho, feio, mas intrigante e famoso, não sei nada dele mas estive lá. 

Clicar uma foto passou a ser compulsão, tem criança em teatro infantil mais preocupada em tirar uma foto que nunca vai ver do que em vivenciar a história que é contada, a compulsão virou falta de respeito, as vezes cansa você não poder tocar no copo para beber porque a foto do mesmo tem que ir imediatamente para o Instagram

Existe muito narcisismo barato nessa tônica, são milhares de fotógrafos amadores que ao invés de pensar em luz, ângulos, tiram uma foto com boa sorte e bom gosto e que aí pensam que são tão bons quantos os profissionais que escrevem uma história com a luz e que criam obras de arte com ângulos imperfeitos. Existem aqueles que querem ser parte da paisagem, veja bem nada de errado e crítico nessa nova forma de se viver, estamos todos virando meio japoneses que nas suas férias viajam o mundo fotografando tudo e todos, para vivenciar o momento depois quando for ver a foto. O meu maior questionamento é que dificilmente vejo as pessoas apreciando suas milhares de fotos e revivendo aquele momento, que se passou

 O fenômeno de quantidade de registros também é algo novo e passível de crítica pois a quantidade excessiva de imagens banaliza o cenário e anula qualquer coisa na nossa memória, quanto mais fotos, menos sentidos elas fazem. É fácil perceber isso quando puxamos da memória aquele momento do passado em que registramos numa máquina de filme uma determinada coisa, lembrou ? Sim né ! Agora tente lembra de uma foto específica que você tirou na semana passada com o seu celular ... esqueceu né? Ao passo que se fotografava no passado para guardar uma lembrança, hoje se fotografa para se habilitar um esquecimento.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Rio é história - das invasões francesas aos governos militares o Brasil passou por aqui - Parte 3

Seguindo nosso passeio pelos cantos históricos do Rio, o caminhar pelo centro do Rio é cheio de surpresas, inclusive para os milhões de cariocas que transitam todo o dia pela região ...
 
Cinelândia - praça que tem seu nome associado aos luxuosos cinemas de outrora (Odeon, Cineac Trianon, Parisiense, Império, Pathé, Capitólio, Rex, Rivoli, Vitória, Palácio, Metro e Plaza), possivelmente é um exemplar único no mundo de uma única praça com tantos atrativos culturais, em volta, fora os cinemas, que atualmente são poucos, e que deram o nome ao lugar. Um empresário espanhol, dono de cassinos e boates queria criar ali, na década de 30, uma especie de Time Square tropical, o empresário Francisco Serrador dá nome a um dos mais belos prédios da praça, além desse prédio existia ali, o Palácio Monroe, em estilo eclético e concebido para a Feira Universal de Saint Louis e era feito numa estrutura de ferro que permitia que fosse desmontado para posterior montagem no Brasil, isso foi feito, em 1906 e a premiadíssima obra arquitetônica foi remontada de frente pro mar no final da Cinelêndia. Mesmo sendo modular, na década de 70 por conta da passagem do metro, o palácio veio abaixo numa briga política que envolveu o governo militar querendo abrir visão para o monumento dos mortos da segunda guerra e literalmente, demolir o antigo senado.

No meio da praça existe um monumento de 1910, dedicado a Marechal Floriano Peixoto (o nome original da praça), fundida em Paris e retrata momentos importantes da nossa história: 1500, 1822, 1888, 1889 e sugerem o ideal positivista, isso fez a praça se tornar um foco do Ecletismo no Brasil. Além da praça em si temos:


Museu Nacional de Belas Artes - construído em 1908 para abrigar a renomada Escola de Artes, em 1934 virou museu, tem um acervo belíssimo que merece a visita. O prédio seguia as linhas do Louvre, porém houve uma intervenção de Rodolfo Bernadelli para dar um ar eclético, a fachada principal inspirada na Renascença Francesa com frontões, colunatas e relevos em terracota identificando as grandes civilizações da antiguidade. Laterais simples nos remetendo a renascença italiana e fachada posterior Neoclássica. O interior do prédio é rico em materiais como mármores, cristais e estátuas. As obras expostas tem importância histórica como pinturas de Debret e Victor Meireilles (Primeira Missa no Brasil), Eliseu Visconti (Gionetu), Frans Post, Portinari (Café), Tarsila Do Amaral, Pedro Américo (Batalha do Avaí) e Di Cavalcanti.

www.mnba.gov.br

Teatro Municipal - outra pérola da Cinelândia, o teatro é referência de arte clássica e foi inaugurado em 1909 sua arquitetura foi inspirada na Ópera de Paris e é quase unanime que a cópia brasileira é muito mais bonita que o original francês, o desenho arquitetônico foi fruto da junção de dois projetos, artistas de renome foram chamados para o estilo interior ao prédio, com isso podemos ver lindos afrescos de Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. Além de artesãos europeus que viriam a fazer os vitrais e mosaicos.

http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/

Biblioteca Nacional - a sétima maior biblioteca do mundo, é a depositária do patrimônio documental e bibliográfico do Brasil. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, houve o translado de um dos maiores tesouros portugueses, a Biblioteca Real. Com a independência do Brasil esse acervo português ficou entre os pontos pendentes do Acordo de Amizade entre Brasil e Portugal, até que em 1825 o Império brasileiro comprou as obras de Portugal por um valor nada simbólico (e ali nascia parte da nossa dívida externa). Em 1910 o prédio atual ficou pronto para abrigar esse importante acervo. O projeto é de Souza Aguiar em estilo eclético com traços de art nouveau, os artistas que compuseram os ornamentos são praticamente os mesmos do teatro municipal.


http://www.bn.br/portal/
 

Além das grandes jóias da Cinelândia, o Palácio Pedro Ernesto que abriga a câmara dos vereadores do Rio, o Bar Amarelinho (que segundo a lenda urbana abriga os restos mortais de D. Maria I, rainha de Portugal), o Passeio Público (primeiro do país) e o Centro Cultural da Justiça Federal compõem um giro de 360 graus na praça, que do nome de Cine, só o Odeon permanece.

Seguindo pelo Largo da Carioca temos no alto o Mosteiro de Santo Antônio com um acervo de arte sacra belíssimo, o prédio nos dá a noção das mudanças urbanísticas ocorridas na cidade, seguindo em direção a Rua Gonçalves Dias vemos um ponto de encontro da elite intelectual do país, a confeitaria Colombo, com um belo salão de espelhos, a poucos metros dali na rua Uruguaiana a Casa Cavé, em estilo francês também foi outro ponto de reunião social no início do século passado. 


 Respire fundo os ares do passado, e siga mais alguns passos da Uruguaiana para a praça Tiradentes (se for pela Rua da Carioca tem muita história por ali com o Bar Luiz, Cine Iris e Cine Ideal, todos muito afastados de um passado de glória!), chegamos então na ..

Praça Tiradentes - o antigo descampado, que abrigou tendas ciganas no século XVII, começou a ganhar brilho quando em 1769 com a construção a Igreja de Nossa Senhora da Lampadócia uma igreja pobre, pequena e construída por escravos, o lugar então continuava como uma espécie de sítio dos pobres até que no fim no século XVIII foi erguido um palacete pelo presidente do senado da época, o Solar Visconde do Rio Seco, está atualmente em reformas e será um animado centro de cultura. Foi em frente a Lampadócia que Tiradentes fez suas últimas preces no seu cortejo para a morte, o enforcamento verdadeiramente não se deu na praça mas perto dela.

Em 1808 um pelourinho foi montado no local, mas porque exatamente num lugar com raízes pobres, com o nome de praça Tiradentes tem uma belíssima estátua equestre de D. Pedro I ?  Em 1821, ainda como Príncipe Regente e num período conturbado para seu pai em Portugal, o príncipe teve que jurar fidelidade a constituição portuguesa que estava em elaboração, isso acalmaria os ânimos na corte, e o príncipe fez isso publicamente num discurso da janela do Teatro São João (hoje onde está localizado o Teatro João Caetano). Daí a praça ganhar o nome de Praça da Constituição por um período e o motivo maior da estátua em seu centro! Compõe o cenário outras belíssimas estátuas a Justiça, a Liberdade, a União e a Fidelidade. Perto da Igreja
da Lampadócia, chegamos então ao magnífico ...

Real Gabinete Português de Leitura
- o nome da rua onde se localiza é perfeito e proposital, Luiz de Camões. Foi fundada em 1837 por imigrantes que vieram com a corte em 1808. O prédio é lindíssimo e foi projetado por um arquiteto português chamado Rafael da Silva e Castro, em 1880 D. Pedro II colocou a pedra fundamental e em 1887, sua filha Isabel inaugurou a obra. O estilo arquitetônico nos remete ao gótico-renascentismo vigente na época dos grandes descobrimentos e por isso é chamado de estilo Neo manuelino (de Dom Manuel, o venturoso, lembrou do livro de história da 5a série?). Com uma fachada esculpida em Lisboa e trazida de navio, a pedra Lioz representa com suas estátuas as figuras de Pedro Álvares Cabral, Camões, o infante Dom Henrique e o VICE-rei Vasco da Gama. Tudo muito bonito e histórico, então respire fundo, feche os olhos e entre.... quando abrir os olhos o mundo parece que deu uma volta completa em menos de 24 horas!  O cenário é de uma linda estante em madeira, um candelabro e clarabóia em ferro, é a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal, detém obras raríssimas como uma edição princeps de Os Lusíadas e as Ordenações de Dom Manuel, quando foi aberto ao público era comum esbarrar por ali com Machado, Bilac e João do Rio, sorte deles !

 
http://www.realgabinete.com.br/ 

 Deu preguiça, pode caminhar mais um pouco em direção a confeitaria Manon, a torrada francesa de lá é sensacional e o ambiente não deixa de ser ... histórico

 Se tiver disposição não deixe de pegar o metro até o Palácio do Catete ou aproveitar a noitada  na Lapa para uma noite dos malandros ou um concerto na Sala Cecília Meireles, mas isso ... é uma outra história!

Rio é história - das invasões francesas aos governos militares o Brasil passou por aqui - Parte 2

Rio é história - das invasões francesas aos governos militares o Brasil passou por aqui - Parte 2

Começamos o dia com uma passada bem cedo na praça XV para ver a movimentação do porto que ainda recebe a massa de trabalhadores que vêm de Niterói, Ilha do Governador e Paquetá.  Fazer turismo, é antes de tudo, observar. Ver a movimentação de grandes cidades de pontos estratégico, é conseguir uma análise  do estilo de vida, do ritmo e do povo, parar uns minutos num metro de Nova York, Londres e Paris é como se pararmos no Viaduto do Chá em São Paulo ou na Praça XV no Rio. Aí é possível ver costumes e ritmos de vida bem distintos entre as cidades.
  Bem, voltando ao passeio, da praça XV, atingimos o centro financeiro do Rio vendo a Igreja do Carmo, o Palácio Tiradentes, o Paço Imperial, Museu Histórico Nacional, Palácio Capanema,  e a ABL (o Petit Trianon carioca) e fazemos uma parada, na épica Confeitaria Colombo até então atingir a Cinelândia, um lugar singular no mundo com um histórico de cinemas, o teatro municipal, museu de belas artes e a Biblioteca nacional e Passeio Público num único espaço. Seguimos ao Real Gabinete Português de Leitura, Praça Tiradentes, Rua da Carioca, Mosteiro de Santo Antônio, e vale então uma esticada pelo bairro do Catete e a volta aos Arcos da Lapa para uma Noite dos malandros na Lapa ou um concerto na Sala Cecília Meireles.

Praça XV - um porto histórico pois foi aqui que desembarcou pela primeira vez um Rei que reinaria em solo americano, é possível ver as estátuas equestres do General Osório e de D. João VI, além da do herói João Candido, o Almirante Negro, mais perto  do mar. O famoso Chafariz do Mestre Valentim de 1789 está na face oposta aos monumentos religiosos:

Igreja de Nossa Senhoa do Monte do Carmo - antiga capela imperial e sede episcopal até 1976, foi nessa Igreja que D. João VI foi sagrado Rei de Portugal, Brasil e Algarves, assim como seu filho D. Pedro I e neto D. Pedro II, foram sagrados imperadores do Brasil. Nessa igreja D. Pedro I se casou com D. Leopoldina e Pricesa Isabel casou com Conde D'eu. Nela estão parte dos restos mortais de Pedro Álvarez Cabral. Quer mais importância histórica que isso? Tudo ali no centro do Rio ... e muito carioca nem faz idéia.

Igreja da Ordem Terceira do Carmo - quase em anexo com a primeira igreja tem arquitetura lisboeta, com talha feita pelo Mestre Valentim e fachada de Pedra Lioz feita em Portugal para as igrejas mineiras, que pela falta de um transporte ideal acabou ficando no Rio, graças a isso os artesãos mineiros acabaram por descobrindo a pedra sabão que foi usada lá. Sua capela inicial data de 1589  e que foi sofrendo modificações ao longo do tempo.

Convento do Carmo  - datada de 1619 sofreou uma série de ampliações e mudanças até virar residência de D. Maria I de Portugal, Real Gabinete de Física e o depósito do Palácio. Em 1810 instalou-se temporariamente a Real Biblioteca. É interessante ver o contraste da fachada do convento com o prédio vizinho todo envidraçado.

Paço Imperial - o Palácio dos Governadores foi transformado em Paço Imperial, nele os Vice Reis, Rei de Portugal e Imperadores do Brasil despachavam e faziam, da sala do trono, a cerimônia do beija-mãos. Da sacada do Paço, D. Pedro I saldou o povo no Dia do Fico, da mesma sacada, sua neta,  a Princesa Isabel viu os festejos após ter assinado a Lei Aúrea no interior do prédio, pela sua importância, foi o primeiro prédio do Rio a ter janelas de vidro e a ser fotografado. Ao seu lado é possível ver um marco de outro momento da nossa história, o ...

Palácio Tiradentes - com a estátuda do mártir Tiradentes na porta, a antiga sede do congresso, hoje funciona como assembléia legislativa do Rio de Janeiro, foi a cadeia onde Joaquim José da Silva Xavier esteve preso até a forca na praça Tiradentes, o prédio atual foi construido em 1922 em estilo eclético. Foi sede da DIP  (departamento de propaganda política do Estado Novo). Atenção para no plenário ver a obra de Eliseu Visconti em 1926 que  representa a assinatura da primeira Constituição Republicana de 1891 e a bela cúpula do palácio (inclusive quando refletida nos prédios vizinhos). Ao lado do palácio vemos a outros nichos de história em várias épocas diferentes....


Igreja de São Jose - no local onde antes existia outra paróquia quando foi saqueada pelo pirata  francês Duguay-Truin em 1711, todos os objetos de valor artístico e histórico foram levados. A nova igreja é maior e data de 1808. Seguindo pela rua lateral (Rua da Assembléia) chegamos a Rua Dom Manuel com o Museu Naval que vale uma visita rápida e o prédio do antigo tribunal, seguimos adiante até o terminal rodoviário, no sentido do mar temos uma das cúpulas do antigo mercado municipal e onde hoje funciona o restaurante Albamar, no lado oposto (direita) o Museu da Imagem e do Som e em frente ...


Museu Histórico Nacional - belíssimo, construido no antigo Forte de São Tiago e na Prisão do Calabouço, foi aqui que o corpo de Tiradentes foi esquartejado e salgado antes de ser dependurado pela cidade. O acervo destaca diversas épocas da história do Brasil. Na saída o ideal é caminhar em direção a centenária Santa Casa de Misericórdia, a igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, é uma das mais antigas da cidade (1567) e faz parte do complexo da Santa Casa.

A demolição do Morro do Castelo, que ficava ao lado e onde ocorreu a nova fundação da cidade (após a expulsão dos franceses) foi uma ferida importante na história da cidade. Voltando à Avendia Presidente Antonio Carlos, podemos ver parte da Esplanada dos Ministérios da Era Getulista com os prédios do Ministério da Fazenda e do Trabalho, ao lado da Igreja de Santa Luzia. No quarteirão seguinte já podemos entrar a direita para ver uma cópia do Petit Trianon de Versailes, o prédio da Academia Brasileira de Letras. Seguindo a direita  voltamos pela Rua México até o majestoso ...

Palácio Capanema - o prédio abriga o ministério da educação e data da Era Vargas, o edifício é considerado um marco no estabelecimento da arquitetura moderna brasileira, tendo sido projetado por nomes como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, com consultoria de nada menos que Le- Corbusier, conta com planta, pátio e pilotis livres, fachada de vidro, terraço jardim e quebra sol, novidades para a época. Conta com paisagismo de Roberto Burle Marx, painel de azulejos de Portinari, além disso tem painéis de esculturas de grande importância artística, precisa dizer mais ?


continua na parte 3 .....

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Roteiros do Rio - Rio de Chinelinho

O Rio do chinelinho - pra relaxar e celebrar a vida!
A cidade com seu clima jovial é um lugar ideal para descansar, deixar a vida correr enquanto se aprecia uma bela vista. Nem por isso o roteiro deixa de ser um pouco corrido mas a batida é mais leve e suave, coisa para se fazer arrastando os chinelos pelos calçadões, pisando leve e decantando os problemas.

Um dos lugares mais "cuca fresca" do Rio é Santa Teresa, clima de cidade do interior, vento fresco no meio da cidade purgatório da beleza e do caos, mas isso é um capítulo a parte, que discutiremos num futuro post.

Para começar devagar que se comece cedo com um café da manhã bem frugal.

Parque Laje - um parque com cerca de 50 hectares, construído, no início do século XIX, era uma fazenda de açúcar, encostada na Lagoa, perto do mar. Atualmente, se localiza ao lado do Jardim Botânico e aos pés do Corcovado; tem estilos de paisagismo romântico inglês e um palacete eclético inspirado em arquitetura italiana, já que um dos donos era casado com uma cantora lírica italiana que deu o enquadramento artístico a propriedade. O centro do terreno possui um pátio com piscina e tem um pórtico na fachada. Os jardins são grandiosos e inspira festas monumentais que eram feitas no terreno, isso na década de 30. Aos poucos os donos passaram por problemas financeiros, o que acabou levando o Estado a assumir o terreno, que já tinha vocação artística, daí para a criação da Escola de Artes Visuais foi um pulo. Lá se pode desfrutar de um momento de descanso e requinte, o Café do palacete oferece um bom café da manhã em meio a uma vista estonteante e a mata atlântica abundante.  Agora que o corpo já acordou  com disposição suficiente vale a pena sair do parque para visitar o vizinho..

Jardim Botânico - além de ser um ponto turístico de rara beleza, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos melhores do mundo. Com uma diversidade de espécies que propicia que seja também um centro de pesquisas. Lá, é possível consultar boa biblioteca, o que o torna um centro de referência em assuntos como botânica e ecologia. Do ponto de vista histórico, o espaço foi criado por decreto real em 1808 por D. João VI, o objetivo era aclimatar espécies trazidas das Índias Orientais. 
A arquitetura está presente no parque, pois o mesmo abriga a sede de um engenho datado de 1596 (hoje o centro de visitantes), além disso existe o sítio arqueológico da Casa dos Pilões e parte de uma antiga Fábrica de Pólvora um portal de Grandjean de Montingny e um aqueduto
Possui, pequenas pontes, grutas, mirante, parque infantil, riachos e todo um acervo de esculturas (como Eco e Narciso de 1783), fontes (como a fonte Wallace) e chafarizes (como o das Musas). Mantendo o clima  de paz e ar puro uma boa pedida é seguir o passeio pelo bairro do Jardim Botânico, ou pela Lagoa Rodrigo de Freitas (pra tomar um chopp num quiosque). Seguindo a Rua Lopes Quintas e virando a esquerda na última rua e depois da Rua Raimundo de Freitas Matos temos um largo onde é possível deixar o carro para caminhar levemente por 15 minutos e chegar a Gruta dos Macacos e em seguida a Cachoeira do mesmo nome. 

Caso essa caminhada seja muito pesada para um "dia chinelinho" tente ir de carro ao Parque da Cidade (na Gávea) à Vista Chinesa e passeie pelas Paineiras (com direito a banho de cachoeira), uma visita ao Jockey Club para uma brisa de final de tarde, um bater de pernas em Ipanema, jantar no Baixo Gávea e choppinho no Baixo Leblon. Quem disse que com chinelo não se bate perna por aí ?


domingo, 5 de maio de 2013

Viagem com o seu intestino - desentupindo o vaso sanitário

Pequenas pousadas e hoteis em lugares paradisíacos não costumam ter um sistema de saneamento básico eficiente e com volume suficiente para possíveis catástrofes, somado a isso temos os problemas de constipação já mencionados anteriormente..  E aí que seu filho de 3 anos resolve criar um monstro no banheiro do hotel que entope o sistema sanitário de todo o andar ! Ninguém vai acreditar que uma criatura tão bonitinha e pequena vá criar uma estatueta de barro de grandes proporções ... Logo, a culpa vai acabar caindo pra você mesmo, então o melhor a fazer é tratar de resolver o problema, mas como fazer se não existe um desentupidor disponível ?

Vejam as técnicas mais adotadas:

1- Chamar a camareira do hotel, comprar umas flores, subornar e pedir socorro contando toda a verdade!
2- Colocar a culpa no próprio moleque e falar que o entupimento já era pré existente pois ele encheu o vaso de papel higiênico. Isso pode aliviar um possível conflito familiar no futuro pois você limpa a barra dele (eu disse , só a barra porque todo o resto a essa altura estará exposto, fétido e constrangedor!)
3- Usar a técnica do tampo de vaso mole, acredito que tampas de vaso acolchoadas já sejam criadas com essa finalidade pois é uma ferramenta perfeita, simplesmente tampe o vaso deixando todos os detritos e cheiros lá dentro (cuidado para ser rápido, pois a bomba que fica lá dentro é altamente inflamável!), sente na tampa e com uma das mãos aperte a descarga, nesse momento de pequenos saltos sentado na tampa, isso fará uma sucção agindo como um desentupidor e ... é o fim dos seus problemas .
4- Uma variante da técnica anterior, é transformar  um tampo de vaso sanitário que seja rígido numa potente ferramenta de sucção, para isso pegue uma toalha (se ela estiver molhada é melhor) e coloque sob o tampo rígido fazendo os mesmos movimentos de sentar no tampo, agora atenção essa técnica exige treinamento prévio pois ao menor descuido a toalha pode se desdobrar e cair no vaso aumentando aí o volume a ser desentupido, portanto é uma técnica que se apresenta só pra praticantes da técnica #3 nível sênior!
5- Se você quer escorregar toda a merdalhada tubulação abaixo e se está em nível de desespero apresente como solução usar todos os tubinhos de Shampoo e condicionador que detém no quarto, isso além de amenizar o cheiro de fossa vai fazer com que tudo escorregue com mais facilidade, não é um caso comprovado cientificamente, porém não custa tentar !
6- Se o chocolate teima em não ser digerido tente forçar um milagroso Jato d'agua decompositor, para isso basta direcionar o chuveirinho no alvo e aumentar o jato d'agua de modo a causar uma erosão na montanha. Muito cuidado para delimitar uma área de atuação e não se respingar de bosta quando direcionar o jato d'agua!

7- Caso nenhuma das técnicas apontadas funciona a contento tente combinar todas as técnicas descritas acima num task force de limpeza antes de fazer um constrangido check out no seu hotel!

sábado, 4 de maio de 2013

Viagem com o seu intestino - Saiba evitar o problema

Achou nojento? Pensou que isso está colocado num blog errado ? Ledo engano caro leitor, vou propôr nesse "manual de instruções"  para sanar um erro da engenharia sanitária e que, apesar de afetar qualquer pessoa no dia a dia em sua própria casa, vai incomodar mais aqueles que estão longe dos recursos materiais necessários para resolver questões fisiológicas de volume e fluxo que afetam aos viajantes. 

Porque um viajante fica "desregulado" ora, o organismo gosta de padrões e rotinas e numa vida de viajante isso pouco ocorre, o fato de mudar de ambiente já indica algum distúrbio  fisiológico, mais do que isso ... fatores como diferentes climas, composição da água, fuso horário e alimentação, tudo isso, podem afetar de formas diversas aos viajantes modernos, tanto durante a locomoção quanto na estadia. O fato de estarmos expostos a outros tipos de agentes contaminantes também pode ajudar a termos infecções intestinais sérias que podem estragar qualquer viagem. Então porque não abordar esse tema num blog de viagens ?

Homens, por serem originariamente caçadores-coletores e viverem em constante locomoção, tendem a ser menos afetados que as mulheres (fixas ao campo para cuidar da prole). Mas mulheres são mais afetadas no dia a dia, e são influenciadas até por questões psicológicas e hormonais, gerando distúrbios intestinais por toda a sua vida, imagine numa viagem? Pois então deixe de nojinho pois todo mundo um dia passa por isso e são os mais diversos tipos de aperto ... piriri em região de poucos recursos, prisão de ventre em resort chique, descompostura completa em aeroporto na hora do embarque e por fim entupimento de vaso sanitário em qualquer ocasião, por isso vamos explorar cada um dos problemas com técnicas avançadas para a sua solução.

Para tentar evitar o problema, uma das técnicas é "enganar" o organismo mantendo padrões de alimentação e rotinas como por exemplo, não abrir mão daquela caminhada matinal só porque estamos viajando, usar a mesma escova de dentes que temos em casa, levar o travesseiro do "cheirinho" e o pijama surrado, isso coloca o organismo em estado: "estou em casa" e tudo fica tranquilo. Manter o padrão alimentar é fundamental, mas nem sempre isso é possível, então ... passamos para a técnica 2 que consiste em forçar uma limpeza intestinal, e evitar problemas piores e fora de controle. Para isso vamos nos utilizar de exercícios físicos (no caso, uma caminhada estimula o bom funcionamento muscular de nosso intestino) intercalados com um café da manhã bomba. Não precisamos de mais que 30 minutos de caminhada em bom ritmo e um café com suco de laranja, muito suco de laranja, água (hidratar é preciso!) e frutas, por fim iogurte com granola e mel para darmos todas as fibras necessárias para a decomposição, aí 5 minutos de caminhada (se possível ao sol), são um golpe na contispação. 
Aquele cházinho na hora de dormir e um copo de água morna pela manhã ajudam a quebrar várias moléculas. Tem muita gente que aproveita que viaja e enche a cara, é claro que isso não vai fazer bem, comer comidas bombas também é para ser feito sabendo bem as consequências a enfrentar no futuro próximo. Ou seja, sempre vale o bom senso.



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Roteiros do Rio - Paquetando

Quer largar do stress do dia ? Quer um refúgio que lhe seja seguro? Quer mudar a rotina? Voltar ao Rio de Janeiro do século XIX ? 
Um passeio impensável para muitos, coisa de 1 hora de barco saindo do centro do Rio. Uma brisa agradável do mar lhe acompanhará rumo a uma ilha paradisíaca bem no meio da baia de Guanabara. O passeio em si já é muito agradável, o lugar belíssimo e que sempre preserva a nossa esperança de que um dia volte a ser limpo, mas .... Enquanto as águas continuam poluídas, o que é uma pena do ponto de vista, turístico, sanitário e da auto estima do carioca, existe muito mais do que uma praia suja para se curtir em Paquetá. 
O primeiro ponto que já mencionei é o silêncio e a brisa que nos acompanham na viagem de barca, lembro dos tempo de criança de ter visto (ou imaginado) golfinhos (na verdade eram Toninhas) nadando ao lado da barca assim que atravessávamos a Ponte Rio - Niterói. Ver o centro do Rio de outra perspectiva, dar um distanciamento da confusão do transito e do barulho nos faz ver o quanto é bonito o quadro que se emoldura à distância. Aí vemos a bela caixinha de jóia do império na Ilha Fiscal e a majestosa Ponte passando sobre nós, durante toda a viagem o balançar das ondas nos embala e enfim chegamos a pequena ilha com seus quase 500 anos de história.
Paquetá foi descoberta por um cosmógrafo da Missão França Antártica (André Thevet) antes mesmo dos portugueses fundarem a Cidade do Rio de Janeiro, e francesa como um dos últimos focos de resistência contra os portugueses. Dista15 Km da praça XV, e ao chegarmos, estamos diante do casario centenário, das ruas de terra e do ambiente é bucólico. Em uma hora de uma inusitada "viagem" chegamos a algo que parece uma cidade do interior, mas que faz parte da metrópole. Então o melhor a fazer é caminhar sem pressa dando uma volta nos 8 quilometros da ilha. 
De frente para a estação das barcas nos deparamos com:

Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte - A construção original da paróquia data de 1763 e foi reformada no início do século XX. Seu interior é simples e em estilo neogótico.

 Seguindo para o lado direito vemos um lindo caramanchão que dá início a :

Praia dos Tamoios - linda e calma para um passeio, aqui estão coisas pitorescas como um velho e belíssimo Baobá apelidado de "Maria Gorda", com seus 7 metros de circunferência e  um canhão que fez salva de tiros quando da chegada de D. João VI.

Então seguimos contornando o Morro do Castelo e chegando ao Preventório Rainha Dona Amélia que vem a ser uma bela Chácara virada para São Gonçalo e que pertence a fundação Athaufo de Paiva e que faz um trabalho de assistência a crianças com doenças infecciosas como a tuberculose.

Continuando o caminho e atravessamos as praias do  Catimbaú, Lameirão e dos Coqueiros onde é possível ver uma linda Chácara, entramos então na Praia de São Roque, onde é possível ver a Serra dos Orgãos e onde encontramos uma praça de mesmo nome: 

Praça São Roque - Um dos pontos mais antigos de Paquetá, recebe o nome do padroeiro da ilha. É ali que fica o lendário Poço de São Roque. Reza a lenda que suas águas eram milagrosas e curaram uma úlcera na perna de Dom João VI. Na praça também fica uma capela para o santo, uma joia arquitetônica construída em 1697 e a bela Casa das Artes - que é o centro cultural de Paquetá e abriga uma biblioteca, recitais de chorinho, exposição sobre a história da ilha e da Baía de Guanabara e projetos de capacitação para jovens, entre outras atrações. Restaurada, tem em seu quintal o Arte & Gula Café, que serve lanches simples. O centro funciona diariamente, das 10h às 17h.

Passamos então pela Pedra da Moreninha, para chegar à praia de mesmo nome:

Praia da Moreninha - não mais bela que as outras, mas a famosa praia tem seu nome atribuído a  romance de Joaquim Manoel de Macedo, publicado em 1844 que virou novela na década de 70. Ao fim dela, vale a pena contornar o Morro da Pedreira para chegar ao Solar Del Rey e voltando a orla, chegamos a:

Praia José Bonifácio -o Patriarca da Independência, José Bonifácio viveu ali entre 1830 e 1838 e enfrentou momentos difíceis ao ser proibido de deixar a ilha após romper com D. Pedro I. no canto direito da praia existe a Pedra dos Namorados e a Ponte da Saudade (homenagem ao escravo João Saudade. De acordo com a lenda, ele foi separado de sua família na África ao vir para o Brasil e, diariamente, visitava a ponte para rezar pelo reencontro.). Aqui é possível alugar um caiaques ou um pedalinho e observar de perto a ilha de Brocoió, utilizado como residência de verão do governador do Rio, quando este não é o digníssimo Sergio Cabral que prefere as suntuosas instalações de sua mansão em Angra.

Andamos mais um pouco para chegar ao
 
Parque de Darke de Mattos - com uma extensa área verde e equipamentos urbanos, é possível se subir o Mirante Boa Vista, no Morro da Cruz, do qual pode-se contemplar um belíssimo panorama da Baía de Guanabara, incluindo-se Niterói, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e o Maciço da Tijuca. Já no Recanto das Constelações, podemos subir a escada de acesso para a cobertura, de onde pode-se admirar a paisagem da Ilha e da Baía, existe ainda o Recanto dos Jesuítas, formado por um pequeno anfiteatro e o Palco da Lua, utilizado para eventos ao ar livre e a Praça do Vento, composta por pórtico constituído de colunas. 
Podemos aproveitar isso tudo ou deitar embaixo de uma árvore para um piquenique ao som das ondas. 
No Parque ainda existem outros espaços de convivência : Largo dos Amores, Largo do Veloso e a Ponte dos Pescadores, em formato de pier. Os túneis, remanescentes das antigas explorações das jazidas de caolim presentes na área do Parque são uma curiosa particularidade e um playground com aparelhos de ginástica.

Falando em ginástica é sempre bom citar que o melhor programa de Paquetá seja pegar uma bicicleta e fazer tudo isso pedalando ao ritmo cadenciado de um "passeio preguiça", coisa para se explorar sozinho, se fazer a dois (de preferência de mãos dadas) e ... principalmente num programa de família! Sempre entrando no ritmo local de cumprimentar a todos com jovialidade e até jogar conversa fora com os habitantes que ficam no portão de casa vendo a vida passar mansa e agradável !

O retorno é acompanhado pela mesma paz da ida, mas nossos olhos verão com outro encanto o sobe e desce de aviões na pista do Santos Dummont e a riqueza histórica da Praça XV.


HORÁRIOS DIÁRIOS PARA PAQUETÁ - BARCAS S/A
RIO / PAQUETÁ 05:15 07:10 10:30 13:30 16:00 17:45 19:00 21:00 23:00
PAQUETÁ / RIO 05:30 07:00 09:00 12:00 15:00 17:30 19:15 20:30 22:15
DIAS ÚTEIS / FINAIS DE SEMANA / FERIADOS - R$4,50
TEMPO APROXIMADO DE TRAVESSIA: 70 MIN. - CENTRAL DE ATENDIMENTO: 0800 70 44 113





terça-feira, 2 de abril de 2013

Rio com crianças parte 4


Passeios em meio a Ciência

Zoológico - apesar de mal cuidado o Zoo Rio tem uma boa quantidade de espécies e é sempre um programa ótimo para que os pequenos vejam seus bichos preferidos.

Museu da Vida - em Manguinhos, na Fundação Oswaldo Cruz é possível passar boa parte do dia aprendendo e brincando.

Museu Nacional - apesar de antigo, o charme do lugar encravado em plena Quinta da Boa Vista e que serviu de residência dos Imperadores, essa já é a deixa para uma boa aula de história e melhor que isso o gosto de D Pedro II pelas ciências o fizeram um colecionador de um bom acervo de história natural. Dali completa o programa um escorregar na grama pela Quinta e um almoço na CADEG.

MAST - Museu de Astronomia e Ciências Afins fica em São Cristóvão e tem amplos espaços com exposições interativas e que prendem (durante algum tempo) a atenção das crianças. É um passeio diferente para ser feito de dia e quem sabe não se instiga a uma visita noturna às quartas feiras para observação do céu.