Chego apressado para uma viagem rápida à Campinas.
Antes disso passo numa sala VIP velha conhecida minha para uma massagem e
um bom dia da tia que serve o café e cuida muito bem de mim, numa
conversa passada ela se ofereceu para fazer uma faxina na minha casa e
tenho que contar as últimas novidades de falar que não preciso, bato um
papo, tomo um café e quando estou me preparando para a meia hora de
atraso no portão de embarque bum! Caí a luz do aeroporto, e aqui cabe um
longo parênteses (o aeroporto Santos Dumont foi um dos primeiros do
país, já foi especializado em hidro aviões, simplesmente uma jóia rara
no Rio de Janeiro, bem localizado, é parte do cartão postal da cidade,
mas é velho, desorganizado e já pegou fogo duas vezes, costumo dizer que
é o Maracanã dos aeroportos e que deveria cumprir um papel mais simplório na vasta malha aérea que o país demanda).
Por
incrível que pareça, o atraso é o menor dos últimos tempos e mesmo sem
luz tudo funciona (tirando a esteira de bagagens que causa um pequeno
atraso na decolagem), lembro temeroso do dia que minha bagagem extraviou e que hoje a menina da cia aérea não não tinha trava para a minha. Enfim, é nesse clima que estamos organizando eventos importantes já começando no mês que vem com o encontro da juventude com o Papa e a Copa das Confederações.
Chego em Campinas e o clima em Viracopos
é outro, longe da pessoalidade do doméstico Santos Dumont, aqui se
prepara o aeroporto para ser um dos maiores do país com uma expansão de
terminais de cargas e pessoas, tudo construído para seguir padrões
internacionais de segurança e conforto, mas o que vemos são diversos problemas de segurança nas obras e se o banheiro é todo cheio de sensores de presença onde não de precisa tocar em nada, o número de mictórios é irrisório para um lugar de grande público e as filas pro xixi da chegada é imenso, não tem como não pensar como seria o banheiro das meninas (mais demoradas e singelas). Não tem como não pensar na Copa que terá Campinas como uma sub-sede importante.
O fato é que tanto num conceito mais antigo, quanto num novo, o Brasil ainda não está nem perto do que um aeroporto deve ser, grande aeroportos da Europa e dos Estados Unidos tem que aliar fácil acesso, com segurança, rapidez, fluidez de espaços e um verdadeiro centro de entreterimento e compras. Hoje 30% da renda do Charles de Gaule vem das vendas do seu shopping que pretende ser uma sucursal da Champs Elysée com grandes marcas, a entrada de luz natural gera economia de energia e um bem estar no caminhar. Todo o projeto arquitetônico visa dar prazer aos transeuntes e funcionar fosse o último monumento a ser visitado em Paris, a última compra, o último suspiro na cidade luz. Tudo cercado por um aparato se segurança moderno, discreto e eficiente. chegam ao ponto de colocar painéis com a duração do percurso entre uma determinada loja e o respectivo portão de embarque só para os transeuntes saberem quanto tempo ainda tem para fazer uma última comprinha.
Tudo bem que o Santos Dumont fica no centro do Rio e existe um plano de ter metro e trem bala em Viracopos mas hoje nenhum grande aeroporto do país tem um sistema de escoamento de passageiros eficientes ao passo que qualquer outro grande aeroporto ao redor do mundo prima por isso. O Brasil é o país da vez, tem que melhorar tarifas, otimizar a malha e atender a demanda de crescimento do setor mas tem que fazer isso pensando no legado que deixará para os próximos 20 ou 30 anos quando não seremos mais o país da hora. Aeroportos eficientes, sustentáveis e modernos deverão ser parte desse cenário e não podem ser feitos com a "modernização tupiniquim" feita às pressas para fugir de um processo licitatório dentro da lei !
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