Rio de Bar em Bar - os botecos mais cariocas do Rio
Boteco é uma derivação do espanhol bodega, ou seja um lugar que vende bebidas, esse conceito se misturou no Brasil a armazéns e bares. No Rio, chamados de botequins e Belo Horizonte Barzin.
Em Terras de Bar Luiz, o Rio já teve excelentes botecos que perdem espaço para os fast food e restaurantes a quilo, boas lembranças do Penafiel, Choperia do Papai e etc. Boteco no Rio é assunto tão sério que esse patrimônio cultural da cidade esta na pauta de ações da prefeitura para trabalhar em sua preservação.
Já fui a diversos bares excelente no interior do Rio, em São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Buenos Aires, Paris e Curitiba, mas a aura do boteco carioca, seu jeito despretensioso, seu atendimento nem sempre cortês e os preços. Fazem dos bons botecos cariocas um reduto de interesse turístico. Não é um roteiro gastronômico como o que se pode fazer em São Paulo e mesmo no Rio. Se trata de um flanar no tempo.
Não há muito como se diferenciar um boteco popularmente chamado de pé sujo de um bar de elite, existem, claro algumas características marcantes (cardápio, bebidas, nível de serviço). Há quem diga que boteco só serve pra chopp e cerveja mas existem as excessões. Definitivamente não há um conceito próprio, não existe na concreto num boteco, é apenas um estado de espírito.
Para começar dando um choque de realidade ao nosso estômago, uma média com pão com manteiga, a Padaria Manon no centro é boa nesse quesito. De lá pra esquina de Rua da Conceição com Leandro Martins tem a melhor empada que camarão do Rio, bom de se comer cedo, por volta das 9:00 que é quando elas saem quentinhas do forno. O beco é escondido atrás do colégio Pedro II na Rua Marechal Floriano, ao se encontrar ele, se encontra também o Bar do Seu Jóia no quarteirão seguinte. O Jóia é conhecido pelo nome do seu falecido dono, um tenor que toda a manhã preparava os pratos sem camisa e ouvindo ópera, ao sinal do primeiro freguês, corria pra botar a camisa e servia as iguarias que ele achasse mais apropriado. Certa vez pedi um filet de peixe com purê, não demorou muito e me vem Seu Jóia trazendo um bife a milanesa, ao lhe comunicar o engano, tomei uma descompostura que mandava eu comer aquilo mesmo.... Sim ! Isso sim é boteco !! Foi o melhor bife a milanesa que comi na vida !
Mesmo com a morte de Seu Jóia, sua viúva (Dona Alaíde) ainda conduz os fogões da casa centenária. O nome correto do boteco é Café e Bar Rio Paiva.
Do canto sujo do centro, onde espera-se uma remodelação com o projeto do porto maravilha, vamos louvar a Pensão do Russo (Luso Brasileira), na Barão de São Felix, quase em frente ao Sentaí, o mítico restaurante de frutos do mar. No Russo come-se bem por preços populares, quase um boteco, mas é pensão.
Ainda na região, vale uma esticada na Rua Larga, esquina com Uruguaiana, no Bar Paladino
vitrines cheias de bons produtos, prateleiras de madeira escura como manda o figurino de qualquer bom armazém do século passado, o Paladino tem 103 anos, além da atmosfera, pratos sensacionais, desde o omelete misto ou um sanduíche. Os garçons são folclóricos e o chopp gelado, precisa falar mais ? Ao lado dele um cafezinho honesto do Capital também nos remete a correria do início do século XX, e atravessando a rua temos o Beco da Sardinha, com vários bares que vendem a iguaria, a destacar o Rei dos Frangos Marítimos, nome português para as sardinhas, sempre bem acompanhadas de limão e só !
Mas vai ficar só no petisco sem almoçar ??? Que isso fera, vai ficar fraco! Então a caminhada pro Largo da Prainha será fundamental porque lá o almoço no Angu do Gomes é garantia de qualidade e tradição num prato que era vendido popularmente em carrinhos pela rua, lembro de um que ficava na saída das barcas de Niterói. Se o seu forte não for o Angú, também no Centro tem o Pajé na rua Teófilo Otoni, o pão com manteiga é daqueles impossível de se ter igual em casa, o prato principal pode ser um Filet a Forrestier, chiquérrimo para um restaurante popular ! Por fim, uma banana flambada no conhaque e um café com creme. Dos Deuses !!
Se gosta de árabe, não perca no SAARA o Cedro do Líbano, entrada de Hommos, Babaghanouje e Coalhada Seca, petiscos de kibes e esfirras e caftas e depois é partir direto pros doces árabes.
http://www.restaurantecedrodolibano.com.br/
Tem a famosa feijoada do Mineiro em Santa Teresa, mas a do Bar do Adão costuma ser bem melhor, menos concorrida e podemos comer pastéis de entrada, minha sugestão vai para o Pastel Paulista !
Aí no início da tarde vale uma esticada no Morro da Conceição ou no Mosteiro de São Bento ou no Parque das Ruínas de Santa Teresa para descansar numa sombra de frondosa árvore e recomeçar lá pelas 17:00. No Parque existe o bom café das ruínas, que pode dar um novo ânimo à vida!
Na hora de voltar para a comilança é bom lembrar do Bar Brasil com seu bolinho de carne, e Kassler com salada de batatas, isso mesmo o Bar se chama Brasil mas é um restaurante de comida alemã que se chamava Zepelin mas teve que se "converter" em função dos rumos da guerra, fato semelhante ao ocorrido no Bar Luiz, antes chamado bar Adolph e ao Colégio Alemão, que se tornou Cruzeiro. Tanto o Bar Luiz quanto o Bar Brasil, quase saem do critério boteco em função dos preços salgados, mas o chopp gelado e bem tirado ainda os coloca nessa categoria.
Em Terras de Bar Luiz, o Rio já teve excelentes botecos que perdem espaço para os fast food e restaurantes a quilo, boas lembranças do Penafiel, Choperia do Papai e etc. Boteco no Rio é assunto tão sério que esse patrimônio cultural da cidade esta na pauta de ações da prefeitura para trabalhar em sua preservação.
Já fui a diversos bares excelente no interior do Rio, em São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Buenos Aires, Paris e Curitiba, mas a aura do boteco carioca, seu jeito despretensioso, seu atendimento nem sempre cortês e os preços. Fazem dos bons botecos cariocas um reduto de interesse turístico. Não é um roteiro gastronômico como o que se pode fazer em São Paulo e mesmo no Rio. Se trata de um flanar no tempo.
Não há muito como se diferenciar um boteco popularmente chamado de pé sujo de um bar de elite, existem, claro algumas características marcantes (cardápio, bebidas, nível de serviço). Há quem diga que boteco só serve pra chopp e cerveja mas existem as excessões. Definitivamente não há um conceito próprio, não existe na concreto num boteco, é apenas um estado de espírito.
Imagem gentilmente bebida, digo, cedida por Márcio Henrique Guimarães)
Para começar dando um choque de realidade ao nosso estômago, uma média com pão com manteiga, a Padaria Manon no centro é boa nesse quesito. De lá pra esquina de Rua da Conceição com Leandro Martins tem a melhor empada que camarão do Rio, bom de se comer cedo, por volta das 9:00 que é quando elas saem quentinhas do forno. O beco é escondido atrás do colégio Pedro II na Rua Marechal Floriano, ao se encontrar ele, se encontra também o Bar do Seu Jóia no quarteirão seguinte. O Jóia é conhecido pelo nome do seu falecido dono, um tenor que toda a manhã preparava os pratos sem camisa e ouvindo ópera, ao sinal do primeiro freguês, corria pra botar a camisa e servia as iguarias que ele achasse mais apropriado. Certa vez pedi um filet de peixe com purê, não demorou muito e me vem Seu Jóia trazendo um bife a milanesa, ao lhe comunicar o engano, tomei uma descompostura que mandava eu comer aquilo mesmo.... Sim ! Isso sim é boteco !! Foi o melhor bife a milanesa que comi na vida !
Mesmo com a morte de Seu Jóia, sua viúva (Dona Alaíde) ainda conduz os fogões da casa centenária. O nome correto do boteco é Café e Bar Rio Paiva.
Do canto sujo do centro, onde espera-se uma remodelação com o projeto do porto maravilha, vamos louvar a Pensão do Russo (Luso Brasileira), na Barão de São Felix, quase em frente ao Sentaí, o mítico restaurante de frutos do mar. No Russo come-se bem por preços populares, quase um boteco, mas é pensão.
Ainda na região, vale uma esticada na Rua Larga, esquina com Uruguaiana, no Bar Paladino
vitrines cheias de bons produtos, prateleiras de madeira escura como manda o figurino de qualquer bom armazém do século passado, o Paladino tem 103 anos, além da atmosfera, pratos sensacionais, desde o omelete misto ou um sanduíche. Os garçons são folclóricos e o chopp gelado, precisa falar mais ? Ao lado dele um cafezinho honesto do Capital também nos remete a correria do início do século XX, e atravessando a rua temos o Beco da Sardinha, com vários bares que vendem a iguaria, a destacar o Rei dos Frangos Marítimos, nome português para as sardinhas, sempre bem acompanhadas de limão e só !
Mas vai ficar só no petisco sem almoçar ??? Que isso fera, vai ficar fraco! Então a caminhada pro Largo da Prainha será fundamental porque lá o almoço no Angu do Gomes é garantia de qualidade e tradição num prato que era vendido popularmente em carrinhos pela rua, lembro de um que ficava na saída das barcas de Niterói. Se o seu forte não for o Angú, também no Centro tem o Pajé na rua Teófilo Otoni, o pão com manteiga é daqueles impossível de se ter igual em casa, o prato principal pode ser um Filet a Forrestier, chiquérrimo para um restaurante popular ! Por fim, uma banana flambada no conhaque e um café com creme. Dos Deuses !!
Se gosta de árabe, não perca no SAARA o Cedro do Líbano, entrada de Hommos, Babaghanouje e Coalhada Seca, petiscos de kibes e esfirras e caftas e depois é partir direto pros doces árabes.
http://www.restaurantecedrodolibano.com.br/
Tem a famosa feijoada do Mineiro em Santa Teresa, mas a do Bar do Adão costuma ser bem melhor, menos concorrida e podemos comer pastéis de entrada, minha sugestão vai para o Pastel Paulista !
Aí no início da tarde vale uma esticada no Morro da Conceição ou no Mosteiro de São Bento ou no Parque das Ruínas de Santa Teresa para descansar numa sombra de frondosa árvore e recomeçar lá pelas 17:00. No Parque existe o bom café das ruínas, que pode dar um novo ânimo à vida!
Na hora de voltar para a comilança é bom lembrar do Bar Brasil com seu bolinho de carne, e Kassler com salada de batatas, isso mesmo o Bar se chama Brasil mas é um restaurante de comida alemã que se chamava Zepelin mas teve que se "converter" em função dos rumos da guerra, fato semelhante ao ocorrido no Bar Luiz, antes chamado bar Adolph e ao Colégio Alemão, que se tornou Cruzeiro. Tanto o Bar Luiz quanto o Bar Brasil, quase saem do critério boteco em função dos preços salgados, mas o chopp gelado e bem tirado ainda os coloca nessa categoria.
Na Rua do Lavradio, o Mangue Seco dá o tom, se for para beber uma cachacinha que seja na Adega Pérola em Copacabana. Ou se for uma batida, a boa é o Bar do Oswaldo na Barra. No Grajaú a Linguiça Croc do Enchendo Linguiça faz frente ao joelho de porco da mesma casa. Estando no Grajaú , vale a pena conhecer o Petisco da Vila, no boêmio bairro de Noel e o Da Gema, na Tijuca, o boteco é novo mas ataca com o sucesso do seu pastel de feijoada, ainda perto existe o Bar do Nono, ponto de encontro de baluartes da música e ao lado de um pé limpo que tem uma esfira de queijo com presunto sensacional. E na Rua Garibaldi o Bar da Dona Maria.
No morro da Conceição o Imaculada entrou no halll dos botecos da moda, como comida boa, mas quase cara.
http://www.barimaculada.com.br/
O Boteco Carioquinha perto da Rua do Riachuelo, e o Armazém São Thiago em Santa Teresa, completam o rolé, mas aí tem a saideira e a sugestão é migrar para a zona sul, Pavão Azul perto da Siqueira Campos ou curtir a noite, no boteco com a melhor vista do Rio, o Bar Urca vende iguarias do outro lado da Rua e de frente para a praia da Urca.
Se a esticada for longe, bem na madruga o bom é o sanduíche de pernil com abacaxi no Cervantes.
São Thiago
http://www.restaurantecervantes.com.br/restaurantes.html
Uma lista interminável:
- Academia da Cachaça: Rua Conde de Bernadote 26, Leblon (2239-1542)
- Aconchego Carioca: Rua Barão de Iguatemi 388, Praça da Bandeira (2273-1035)
- Antigamente: Rua do Ouvidor 43, Centro (2507-5040)
- Baixo Araguaia: Rua Araguaia 1709, Freguesia/Jacarepaguá (3392-3760)
- Bar Adonis: Rua São Luiz Gonzaga 2.156, Benfica (3890-2283)
- Bar Brasil: Avenida Mem de Sá 90, Lapa (2509-5943)
- Bar do Mineiro: Rua Pascoal Carlos Magno 99, Sta. Tereza (2221-9227)
- Bar Urca: Rua Candido Garffrée 205, Urca (2295-8744)
- Belmonte: Praia do Flamengo 300, Flamengo (2552-3349)
- Botequim Casual: Travessa do Comércio 26, Centro (2221-2626)
- Bracarense: Rua José Linhares 85, Leblon (2294-3549)
- Enchendo Lingüiça: Avenida Engenheiro Richard 2, Grajaú (2576-5727)
- Gracioso: Rua Sacadura Cabral, Praça Mauá (2263-5028)
- Jobi: Avenida Ataulfo de Paiva 1166, Leblon (2274-5055)
- Mangue Seco: Rua do Lavradio 23, Lapa (3852-1947)
- O Original do Brás: Rua Guaporé 680, Brás de Pina (3866-1313)
- Pavão Azul: Rua Hilário de Gouveia 71, Copacabana (2236-2381)
- Petisco da Vila: Avenida 28 de Setembro 238, Vila Isabel (2576-5652)
- Petit Paulette: Rua Barão de Iguatemi 408, Praça da Bandeira (2502-2649)
- Restaurante Siri: Rua dos Artistas 02, Vila Isabel (2208-6165)
- Varnhagen: Praça Varnhagen 14, Maracanã (2254-3062)
Boteco é lugar para fazer amigos, comer comida despretensiosa e a preços populares e sem dúvida beber uma cerveja bem gelada ou uma caipirinha (de cachaça).
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